Devido ao movimento das placas tectônicas e o encontro entre as crostas continentais e oceânicas, daqui cerca de 200 milhões de anos, o Oceano Atlântico irá desaparecer. A expectativa é de que as áreas terrestres do planeta se unam novamente em um “supercontinente”. As informações foram divulgadas pela revista Discover em fevereiro deste ano.

+ Fotos raras mostram duas baleias macho em ‘corrida’ por disputa de fêmea
+ Vídeo: Saiba como se mede a intensidade de um furacão

As crostas continentais são muito velhas e compostas por rochas de pouca densidade, algumas delas possuem uma idade de três ou quatro bilhões de anos, diferentemente das oceânicas, que são compostas por substâncias mais “pesadas” e são mais finas, tendo apenas 220 milhões de anos.

As crostas oceânicas são mais recentes por conta da subducção, um processo em que uma placa tectônica sobrepõe a outra, afundando uma delas para o manto da Terra. Por serem mais densas, as oceânicas tendem a ser colocadas cada vez mais para baixo quando colidem com uma placa continental.

É devido a isso que as placas oceânicas são mais recentes, já que são “recicladas” pelo manto quando afundam. Isso permite o funcionamento das placas tectônicas, já que, se as oceânicas não fossem sobrepostas, seria necessário que o planeta Terra se expandisse, o que não é o caso, ou o movimento das placas não aconteceria.

O Oceano Atlântico surgiu há 150 milhões de anos, quando as Américas se separaram da África e da Europa justamente pelo movimento das placas tectônicas. As mudanças nas crostas continuam até hoje e inevitavelmente, o Atlântico irá se fechar novamente. Entretanto, não se sabe exatamente como isso acontecerá, já que há pouca subducção na região neste momento e o Arco das Antilhas e de Scotia.

Apesar disso, uma equipe de pesquisadores liderada por João Duarte identificou que pode estar havendo uma subducção vindo do estreito de Gibraltar e do Mar Mediterrâneo. Foi encontrada uma trincheira no fundo do oceano por meio de dados geofísicos e geológicos que podem indicar o acontecimento do processo.

A migração do Arco do Mediterrâneo é considerada “morta” por pesquisadores, mas o novo estudo indica que ela apenas se reduziu e sugere que ela voltará a aumentar, sobrepondo a crosta oceânica daqui milhões de anos.

A combinação de tal subducção com as do Arco das Antilhas, na América Central, e de Scotia, na América do Sul, condena o Oceano Atlântico, que deixará de existir em cerca de 200 milhões de anos. E um novo supercontinente surgirá.